sexta-feira, 9 de novembro de 2012

DO TRIBUNAL PARA O CAMPO

Dia agitado de Ronaldinho Gaúcho. De manhã, esteve no Rio para audiência de conciliação com o Flamengo. À tarde, assediado por torcedores, treinou em Vespasiano

Ludymilla Sá - Estado de Minas
 

Publicação: 09/11/2012



ronaldinho
     O primeiro round da disputa judicial travada entre Ronaldinho Gaúcho e Flamengo não teve um vencedor. Pelo menos por enquanto. A juíza da 9ª Vara do Trabalho do Rio, Adriana Leandro de Souza Freitas, suspendeu, nessa quinta-feira pela manhã, o processo durante 15 dias para que os envolvidos tentem um acordo. Caso não haja consenso, uma nova audiência será marcada. Da capital fluminense, o armador foi direto para a Cidade do Galo, onde treinou para a partida de domingo, contra o Vasco, em São Januário. Escolhido para a entrevista coletiva, o craque driblou a imprensa e seguiu para casa depois da atividade.

     No Rio, porém, o jogador não evitou os jornalistas. Mesmo depois de ter sido hostilizado por alguns rubro-negros presentes no tribunal, ele afirmou que está disposto a fazer um acordo com o ex-clube. “Estou tranquilo, a audiência foi bem tranquila. Por mim, tem acordo, mas vamos aguardar porque me pediram para ficar calado.”

     Ronaldinho cobra do clube carioca o pagamento de R$ 45 milhões referentes a encargos trabalhistas e direito de imagem mais R$ 15 milhões relativos a danos morais. O Flamengo admitiu o valor da dívida. Antes, afirmava que devia ao jogador R$ 5 milhões.

     R49 deixou o tribunal acompanhado dos advogados Sérgio Queiróz e Gislaine Nunes e do irmão e empresário Roberto Assis em meio ao tumulto. De acordo com o presidente da Associação de Advogados Desportivistas do Brasil (Aadebras), Beny Sendrovich, o jogador e Gislaine Nunes foram insultados por advogados que não tiveram acesso à vara trabalhista onde ocorreu a audiência.

     Diferentemente do que ocorreu no Rio, Ronaldinho foi bastante assediado à tarde, no CT de Vespasiano, pelos torcedores que assistiam aos preparativos para a partida em São Januário. Apesar do carinho recebido dos atleticanos, ele não quis falar com a imprensa. Foi a terceira vez que o craque evitou os jornalistas na Cidade do Galo.

     Com Ronaldinho de volta à capital, o técnico Cuca orientou mais um coletivo. Poupado nas duas últimas atividades por causa de dores no tornozelo esquerdo, o zagueiro Leonardo Silva treinou normalmente entre os titulares. O defensor assegurou que está melhor e, mesmo se não estivesse, valeria o sacrifício. Ele ainda alimenta a esperança de ser campeão Brasileiro, apesar das chances reduzidas do Galo. “Se o título não vier, vamos refletir depois. Ainda estamos em busca de um sonho e depois vamos pensar nos pontos positivos desta temporada.”

JOGO COMPLICADO
 
     Leonardo Silva descarta o favoritismo atleticano diante de um Vasco em crise e sabe que o Galo entrará em campo pressionado. Afinal não vence fora de casa desde julho. Além disso, o time de Cuca está ameaçado de perder a vice-liderança para o Grêmio e, por consequência, a classificação direta à fase de grupos da Copa Libertadores. “Não queremos deixar ninguém nos ultrapassar, do mesmo jeito que queremos o título. O nosso objetivo é participar da fase de grupos.”

     O zagueiro recomenda toda atenção diante da equipe cruz-maltina: “Por mais que a equipe esteja atravessando um momento difícil, ela quer se superar. É um momento complicado que vive, não consegue vencer na reta final do Brasileiro. Mas é uma excelente equipe. No Brasileiro, pode-se estar em primeiro ou último que sempre vai ser jogo complicado. Sempre esperamos jogos difíceis”.

     O atacante Leonardo deve mesmo ser o substituto de Jô, que cumprirá suspensão por causa do terceiro cartão amarelo no Rio. O jogador treinou, nessa quinta, ao lado de Bernard. Para a vaga de Leandro Donizete, também suspenso por ter recebido três cartões amarelos, o escolhido foi Serginho. Por opção do treinador, Escudero deve entrar na vaga de Guilherme. O argentino foi titular na atividade.

VÍTIMA FAZ APELO

     Desde que teve o Chevette herdado do marido atingido pelo Porsche Cayenne de Ronaldinho Gaúcho numa rotatória de Lagoa Santa, dia 1º, dona Conceição não conseguiu resolver o problema. Sem dinheiro para consertar o carro, que utiliza para vender produtos de limpeza e que ficou bastante avariado na parte traseira, a aposentada de 71 anos fez um apelo para que o armador do Atlético a ajude. Segundo dona Conceição, o jogador, nem o motorista Daniel Silva Mendes, que dirigia o carro importado no momento da batida, a procuraram. “Não me deram assistência nenhuma, nem ligaram para saber”, lamenta.

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