sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O REENCONTRO DE FELIPÃO

 Por: Dr. Julio - 30/10/2020 - 15:02

Em 2001, Marques, a estrela do Galo na época, José Luiz Gontijo, o “passarinho”, Ramon Salgado, que também era da Rádio Inconfidência e depois diretor de Comunicação do Cruzeiro, Flávio Carvalho, eu, e o professor José Osvaldo, então na PUC/MG, atualmente um dos coordenadores do curso de treinadores da CBF.

Um bom teste para aferir se este time do Cruzeiro evoluiu alguma coisa de verdade ou se foi apenas espuma e esforço maior em campo com a chegada do novo treinador. O jogo é em casa, mas contra um adversário que briga na parte de cima da tabela. Luiz Felipe Scolari já teve um tempo bom conhecer os jogadores que tem na mão e para trabalhar nos treinos. O Paraná está em quinto lugar, com 28 pontos, atrás do Juventude (28), Cuiabá (33), América (35) e Chapecoense que tem 37. O Cruzeiro está na 18a posição, 17 pontos. Ou seja, os dois precisam vencer para atingir seus objetivos específicos: os paranaenses querendo entrar no G4 e o Cruzeiro antes de pensar nisso, precisa sair da Z4.

JB Cruz:

Na Década de 90 o MINAS ESPORTE Atingiu o ÁPICE..
Até o ”Campeão de Audiência GLOBO ESPORTE se Rendeu a Esmagadora Audiência Esportiva da BAND; Local e Nacional..
Aos Domingos a BAND Exibia uma Programação (O SHOW DO ESPORTE) , que começava as
11:00 Hs; e ia até as 22:00 (Abrangendo todos os ESPORTES (COLETIVOS E INDIVIDUAIS)..
Não perdia um torneio de TÉNIS, onde Despontava um GUGA (Melhor tenista Brasileiro), RUI CHAPÉU, um Campeão de SINUCA .. E sob a Batuta de LUCIANO DO VALE , RESGATOU O VOLEY E O BASQUETE,CORRIDA de INDIANAPÓPOLIS, BOXE (Revelando MAGUILLA)…

*** O TEMPO não PASSA; nós é que PASSAMOS ***
OS ÍDOLOS E HEROIS QUE SE FORAM, E Aqueles Momentos Inesquecíveis que este Pessoal nos proporcionou, permanecem Gravados em nosso CORAÇÕES..
BOA SORTE A TODOS e que Venham Novos Horizontes para todos nós e BOAS PERSCPECTIVAS para o ANO QUE VEM, porque esse,,,,,,,,,,,,,,,,

***

segunda-feira, 26 de outubro de 2020

MAMORÉ VACILA

 Por: Dr. Julio - 26/10/2010 - 13:06

Mamoré chegou a abrir a vantagem de dois gols, mas cedeu terreno na etapa final da partida contra o Democrata, que chegou ao empate e deixou o Sapo na dependência de um resultado positivo na última rodada da primeira fase do Módulo II do Campeonato Mineiro, diante do Tupi em Juiz de Fora.

O jogo foi disputado na manhã deste domingo (25), no Estádio Bernardo Rubinger, pela 10ª rodada, com objetivos diferentes das duas equipes. O Democrata de Sete Lagoas lutando para entrar no G4 e participar do quadrangular e o Mamoré, na briga contra o rebaixamento.

O jogo

Democrata começou melhor e teve uma boa chance numa finalização de Diogo, obrigando o goleiro Caio, que substituía ao titular Cleysson, lesionado, a uma grande defesa. Na sequência, pênalti para o Democrata, um toque de mão do zagueiro Pedro. Diogo enfeitou a cobrança, apontou no canto, mas Caio apareceu de novo, mandando a escanteio.

Mamoré cresceu no jogo e teve uma grande chance com China. Não demorou muito e saiu o primeiro gol do Sapo. Léo Mineiro, aproveitou uma sobra de bola na área, após um bate e rebate e conferiu: 1×0.

No segundo tempo, o Mamoré continuou em busca de gol e aumentou aos 15 minutos, numa bola cruzada da direita por Carlos Henrique e Guilherme mandando para a rede, de cabeça: 2×0.

Com a vantagem no marcador, o Sapo se acomodou e deu moral ao adversário, que passou a atacar em busca de gol. O primeiro aconteceu aos 35, com o arremate do atacante Sala. O Verdão Patense continuou na defensiva e agora com três zagueiros pela entrada de Gabriel Marques e a saída do atacante Carlos Henrique, mas não conseguiu segurar o resultado. Aos 49, nos acréscimos, novamente Sala, aproveitou a disputa de bola na área após um escanteio da direita e atirou pro fundo da meta, inapelável: 2×2

Com o resultado, o Democrata Jacaré continua na briga pelo G4 e o Mamoré está na última posição e tendo que vencer na última rodada para ter a chance de permanecer no Módulo II para o ano que vem. 

Ficha 

Mamoré 2×2 Democrata SL

Mamoré – Caio; Matheus Batalhão, Gean, Pedro e Gabriel Luís (Iago); Paulo Ricardo, Guilherme e Léo Mineiro (Matheus Freire); China, Leonardo (Marcelo Júnior) e Carlos Henrique (Gabriel Marques). Treinador: Luiz Eduardo ficou nas cadeiras, pelo terceiro cartão amarelo e Pael comandou o time dentro das quatro linhas.

Democrata – Alexander; Eudes (Silva), Rafael Leme, Carciano e Petter; Rafael Rodrigues, Gazu (Diego Esch) e Guilherme; Diogo (Alan Júnior), Sala e Isaac (Rodrigo). Treinador: Paulinho Guará.

Soares, do Mamoré, recebeu cartão vermelho, no banco de reservas, por reclamar da arbitragem.

Árbitro: Vinnícius Március Santos Marinho Gil; assistentes: Augusto Magno de Ramos e Ricardo Vieira.

Resultados

Placar da 10ª rodada

Jogos de sábado

Athletic de São João del Rei 3×1 Democrata de Governador Valadares
Guarani de Divinópolis 0x3 Nacional de Muriaé
CAP Uberlândia 0x3 Tupi
Serranense 0x1 Ipatinga

Domingo

Mamoré 2×2 Democrata de Sete Lagoas
Pouso Alegre 1×2 Betim

Classificação

1º- Pouso Alegre – 21
2º- Athletic – 20

3°- Betim – 17

4º- Nacional – 15
5º- Democrata GV – 15

6º- Democrata SL – 14
7º- Tupi – 12
8º- Ipatinga – 11
9º- CAP Uberlândia – 10
10º- Guarani – 10

11º- Serranense – 9
12º- Mamoré – 9

11ª (última) rodada da primeira fase

Todas as partidas no mesmo horário: 15h, no dia 31 de outubro (sábado):

Betim x CAP Uberlândia
Democrata de Governador Valadares x Pouso Alegre
Tupi de Juiz de Fora x Mamoré
Nacional de Muriaé x Athletic de São João del Rei
Democrata de Sete Lagoas x Serranense
Ipatinga x Guarani

quinta-feira, 22 de outubro de 2020

CRUZEIRO COM FELIPÃO

 Por: Dr. Julio - 22-10-2020 - 12:39

Pensei que na estreia do Luiz Felipe Scolari estes jogadores do Cruzeiro se superariam, para dar boas-vindas ao novo treinador com uma atuação que  deixasse animado e na dúvida quanto a quem é quem no elenco. Que nada! Que jogo fraco, com direito a duas ironias de dois jornalistas conceituados. Victor Martins, do Yahoo e Cláudio Arreguy, ex-Estadão e JB.  Victor escreveu: “Já tem mais de uma hora que Cruzeiro e Operário estão jogando futebol. E o melhor lance até o momento foi o Felipão virando o microfone”.

O Arreguy foi em linha semelhante: @c_arreguy “Na estreia do Felipão, dá pra ver uma diferença no Cruzeiro contra o Operário-PR: ao contrário dos antecessores, o treinador fica de máscara na beira do campo”.

No apagar das luzes saiu o gol da vitória que gera uma expectativa positiva para o trabalho do treinador e o Luciano Dias, da Band, twittou: “@jornlucianodias: “1 a 0 com sabor de goleada para o Cruzeiro. Pode, quem sabe, resgatar a confiança dos jogadores. Mas não tem como apagar a atuação ruim do sistema ofensivo. Marquinhos Gabriel omisso e Marcelo Moreno não conseguindo dominar uma bola. Arthur Caíke foi “salvo” pelo gol da vitória.”

A classificação:

PJVEDGPGCSG
1CHAPECOENSE331696118513
2CUIABÁ321695220119
3AMÉRICA-MG321795318108
4PONTE PRETA27178362325-2
5JUVENTUDE271776425187
6PARANÁ241666415141
7CSA231672722193
8AVAÍ23177281923-4
9CRB231665521183
10OPERÁRIO221757517170
11CONFIANÇA-SE221657417170
12SAMPAIO CORRÊA211463518126
13VITÓRIA191647519181
14BRASIL DE PELOTAS19164751315-2
15NÁUTICO18164661418-4
16GUARANI17164571519-4
17CRUZEIRO161764716160
18FIGUEIRENSE1516367916-7
19BOTAFOGO-SP141742111018-8
20OESTE71714121030-20

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Um tempo para cada. Placar de 1 a 1 ficou de bom tamanho no jogão entre Atlético e Fluminense

 Por: Dr. Julio - 15/10/2020- 14:15

Um grande jogo, com uma grande surpresa aprontada pelo técnico Odair Hellmann do Fluminense para cima do Jorge Sampaoli. Mandou seu time atacar o Galo desde o início e dominou totalmente a partida no primeiro tempo. O tricolor carioca veio reforçado pela ausência do Fred, fazendo com que fossem 11 contra 11 em campo. E de cara, aos 4 minutos, perdeu um jogador importante, Fernando Pacheco, que entretanto, foi muitíssimo bem substituído pelo Caio Paulista, que marcou o golaço de abertura do placar, aos 19. Mesmo vencendo, o Fluminense não parou de atacar e marcou a saída de bola do Galo sob pressão, não deixando o time sair para o jogo em velocidade.

No segundo tempo a situação se inverteu. Finalmente entrou em campo o time intenso e veloz montado do Sampaoli. Aí foi a vez de o Fluminense tomar sufoco e não conseguir sair para o ataque, nem nos contra golpes. O empate saiu aos 6 minutos, numa deixada de bola do Marrony para o Arana, que acertou um chute de fora da área, impecável. Daí para frente foi um bombardeio impressionante do Galo, mas a defesa do Fluminense não cometeu falhas e o goleiro Muriel pegou tudo, melhor em campo, sem dúvidas.

Allan não fez uma boa partida. Displicente, errou passes e passou longe do grande futebol que sabe jogar. Sávio teve pouco espaço pra jogar, não conseguia sair da marcação e foi bem substituído pelo Marrony. O goleiro Everson é manjado por jogar adiantado, e o Caio Paulista se aproveitou disso para fazer o gol tricolor.

A defesa atleticana sem Junior Alonso fica capenga e não passa confiança. Réver e Igor Rabelo são lentos demais. Na lateral direita, outro problema. Com Guga fica mais difícil. Erra passes, defende mal e é fraco no apoio.

Com Internacional e Flamengo fungando no cangote, o Galo precisa corrigir estes defeitos na defesa, já que o meio e o ataque têm funcionado satisfatoriamente.

segunda-feira, 5 de outubro de 2020

ATLÉTICO 4 X 1 VASCO

 Por: Dr. Julio - 05/10/2020 - 13:02

Aliás, belíssimo gol, de bicicleta. Na transmissão do Sportv o Paulo Vinícius Coelho – PVC -, fez observação que mostra uma das virtudes do Atlético, fruto do trabalho do Jorge Sampaoli: “das sete roubadas de bola do Galo, cinco foram no campo defensivo do Vasco”. Outro comentário esclarecedor, dele mesmo, sobre o jeito de jogar atleticano: “o time é como um camaleão; muda o tempo todo”.

Pois é! E todos os jogadores correm pra burro, o que fez o ex-técnico do clube, Procópio Cardozo, dizer: @procopiocardozo: “Os jogadores do Atlético parece que usam Duracell. Não param um minuto.”.

O time comete falhas, por enquanto, simples de se resolver, também como dá a dica o Procópio procopiocardozo, depois do gol do Vasco, que abriu o marcador: “Falta de comunicação. O Everson tinha que ter gritado.”,

Enfim, o Galo segue no caminho certo na busca pelo título.

Hoje, 50 anos sem Janis Joplin

 Por: Dr. Julio - 05/10/2020 - 12:56

Enquanto aguardo Atlético x Vasco, rendo minhas homenagens a esse ícone mundial. Minha aplicação ao rock “estrangeiro” foi com ela,  Beatles e Elvis. Depois vieram os brasileiros, Paralamas, Biquini Cavadão, Titãs, Capital Inicial, Ultraje a Rigor, os nossos fantásticos mineiros do Skank e etecetera e tal. Hoje cedo ouvi o Osvaldo Diniz, no jornal da Itatiaia, lembrando que neste dia 4 completamos meio século da morte dela. O dia passou e foi a única referência que vi na imprensa. Ainda bem que temos o Osvaldo, excelente repórter policial, que gosta e conhece tudo de rock. Graças à lembrança dele, não perdi a oportunidade de homenagear a este fenômeno musical, que nos deixou quando tinha apenas 27 anos.

O não menos excelente jornal espanhol, El País, publicou um ótimo perfil dela em sua edição digital brasileira. Vale demais a pena:

* “50 anos sem Janis Joplin, a crônica de um grito de ajuda que ninguém escutou”

Em 4 de outubro de 1970, morreu de overdose a primeira estrela feminina do rock. Uma biografia revisa sua luta para ser mais livre do que o mundo estava disposto a permitir

Carlos Marcos – Madri

Foi o episódio que a afundou. Após uma época de excessos e vadiagem na Califórnia, Janis Joplin voltou à conservadora Port Arthur (Texas), a casa de seus pais, uma família de classe média que recebeu a filha de braços abertos, acreditando que poderiam “reconduzir” sua vida. Com o núcleo familiar apoiando-a, Janis havia combatido e vencido seu vício em speed e havia se matriculado em Belas Artes na Universidade do Texas.

A fraternidade Alpha Phi Omega havia organizado um concurso para arrecadar fundos para financiar suas atividades. Fariam a eleição do homem mais feio do campus. Um anônimo inscreveu Janis. A universidade foi coberta com fotos suas onde se lia : “Vote no homem mais feio”. Quando Joplin viu aqueles cartazes desmoronou como nunca havia acontecido. Isso lhe lembrou do assédio que sofreu quando estava no colégio. Chorou até não lhe restar lágrimas. E decidiu que aquela cidade tão hostil não era para ela. Tinha 19 anos e foi para São Francisco para iniciar um caminho de sucessos e desgraças poucas vezes visto na história do rock.

O muro que bloqueou emocionalmente Janis ―cuja morte completa 50 anos neste domingo― foi construído por um querer ser mais livre do que o mundo estava disposto a permitir. Bissexual em uma sociedade pacata, barulhenta em um entorno submisso, mulher transgressora em um ecossistema patriarcal. Tão selvagem quanto vulnerável, Joplin foi a primeira estrela feminina do rock, com uma influência muito além das questões de gênero: seu estilo vocal e estético se encontra em símbolos do rock machão, de Robert Plant (Led Zeppelin) a Axl Rose (Guns N’ Roses).

“Foi uma pioneira. E fez sacrifícios para assumir riscos que aplainaram o caminho para que as artistas mulheres ganhassem presença na indústria da música e para que não se ajustassem às demandas impostas por uma sociedade patriarcal”, diz dos Estados Unidos Holly George-Warren, estudiosa da cantora e autora de um livro que esmiúça a vida musical e privada da artista, Janis Joplin: sua vida, sua música (Editora Seoman).

Joplin costumava descer as escadas do palco após um show chorando. Suas atuações eram intensas assim, uma mistura de orgulho e dor, de paixão e honestidade. A interação entre o que acontecia no palco e a plateia era um espetáculo. Janis conseguia o efeito de uma pilha carregando a outra. “Quando ela cantava eu ouvia a liberdade”, afirma o engenheiro de som Jackie Mills no livro de George-Warren.

De onde vinha essa dor que conseguia, quando cantava, romper o coração da audiência? Para isso é preciso ir a Port Arthur dos anos cinquenta, onde a família Joplin se assentou. Seth, o pai, conseguiu trabalho na refinaria de petróleo da cidade, uma das maiores do país. Os Joplin iriam se transformar a partir dessa época em uma família (três filhos, com Janis, a mais velha, nascida em 1943) sem problemas econômicos. Port Arthur era um lugar pequeno profundamente conservador, temente a Deus e discriminatório. A imagem gorducha, sardenta e rude de Janis não se encaixava no perfil estético das adolescentes de lá. No colégio foi objeto de chacotas durante anos. Aí começou sua atormentada relação com seu corpo.

“Janis enfrentou um meio hostil e edificou um estilo de luta”, escreve Myra Friedman, sua assessora e amiga, no livro Enterrada viva: a biografia de Janis Joplin (Civilização Brasileira). A futura cantora criou um personagem como autodefesa, um perfil que nunca abandonou: valentona, arruaceira, brigona. “Rudeza nos modos e certa complacência para ser o bufão, para se prestar a ser o objeto do abuso verbal. Qualquer coisa para chamar a atenção”, escreveu Myra Friedman, que faleceu em 2010.

Paralelamente desenvolvia um perfil intelectual, principalmente após ler On the road, de Jack Kerouac. Queria ser uma beatnik, experimentar drogas, viajar. Começou a consumir música, artistas negros como Leadbelly, Big Mama Thornton e Bessie Smith, sua fraqueza. Não se calava por nada. Defendeu a integração racial e foi rechaçada em um entorno, Port Arthur, onde a ameaçadora presença da Ku Klux Klan ainda existia. Seus colegas a insultavam. Era “a amiga dos negros”.

Quando voltava do colégio para casa, seus pais também não a entendiam. De Dorothy, a mãe, herdou a paixão pelo canto, mas não valores (ultra) religiosos e conservadores; do pai, Seth, grande leitor, pegou sua inquietude intelectual. Janis sentia uma conexão especial com seu pai, mas se rompeu quando viu que ele preferia seu filho homem e se isolava para beber sozinho com seus livros. É comovente ler as cartas que envia a seus pais, reunidas no livro de Holly George-Warren. É possível ver uma garota assustada apesar da força que exibia e tinha. “Sempre buscou o reconhecimento de seus pais”, afirma sua biógrafa. E o fez até mesmo quando era uma estrela. As cartas são repletas de exclamações adolescentes: “É incrível!” e “preciso suspirar: não posso acreditar”.

Quando começou a se profissionalizar precisou lutar contra outro inimigo poderoso: o medo do palco. “Usava o álcool para vencer seu terror do palco e relaxar enquanto performava. E depois utilizava a heroína como agente entorpecedor, para não sentir o estresse e a ansiedade para dispersar toda a adrenalina que havia gerado durante o show”, descreve sua biógrafa.

Sua vida não teve só dramaticidade. Janis viveu etapas de plena felicidade. Ela se instalou em São Francisco na época dourada do movimento hippie, travando amizade com bandas como Grateful Dead e Jefferson Airplane, fazendo parte da revolução social e cultural dos anos sessenta nos Estados Unidos. Ela devorou cada segundo que viveu e exibiu ao mundo a liberação da mulher em uma contracultura dominada por homens. E o fez em grande estilo, sem reprimir-se sexualmente e com suas experiências lisérgicas, sem pedir permissão para nada. “Ela se divertiu muito, especialmente quando se mudou para São Francisco pela primeira vez, em 1966, e se juntou ao grupo Big Brother. Aproveitou a vida intensamente nessa etapa”, diz George-Warren

Foi amiga de Jimi Hendrix, Kris Kristofferson e Leonard Cohen, deu um tapa em Jerry Lee Lewis (ele devolveu) e quebrou uma garrafa na cabeça de um Jim Morrison bêbado e irritante.

Gravou quatro discos (dois com o grupo Big Brother and the Holding Company, um com a Kozmic Blues Band e o póstumo, Pearl, com a Full Tilt Boogie) e sempre deu a impressão de que o potencial que demonstrava ao vivo nunca se refletiu nas gravações. “No palco faço amor com 25.000 espectadores quando canto; depois vou para casa sozinha”, dizia. Os grupos que a acompanhavam não pareciam estar à altura dessa imensa e dolorida voz. “Levava seu canto ao limite. Tinha uma capacidade vocal poucas vezes vista. Suas performances ao vivo a retratam melhor do que os discos. Mas ainda hoje se escuta Pearl e ele soa fresco e moderno”, diz Toni Castarnado, que publicou três livros dedicados ao papel das mulheres na música, o último deles Ellas cantan, ellas hablan (Elas cantam, elas falam).

Teve dúzias de amantes e saiu machucada de quase todas as relações. Compôs poucas músicas. A maioria de seus sucessos é de composições de terceiros que ela escolhia porque sabia que contavam sua dor. Podia senti-las: Me and Bobby McGee, de Kris Kristofferson; Piece of my heart, de Jerry Ragovoy e Bert Berns para Erma Franklin; Summertime, de George Gershwin, interpretada por muitos, como Billie Holiday; Ball and Chain, de Big Mama Thornton… “Foram os homens que feriram Janis, que destroçaram seu coração. E ao ver os homens nos shows desfrutando sua música comecei a entender o ressentimento dos negros quando veem os brancos apreciando o blues. Janis cantou sobre sua dor de mulher e os homens a adoravam”, escreveu na Rolling Stone em 1976 a jornalista e ativista feminista Ellen Willis.

E também existia sua impactante imagem: os casacos de peles, os óculos coloridos, seus chapéus extravagantes, o cabelo revolto, os colares… “Ela criou uma imagem muito potente. No começo de forma natural, mas depois viu que lhe dava créditos e a potencializou. Era a época em que nasceram os grandes fotógrafos do rock e as revistas de música. E Janis nas capas era algo muito valioso”, diz Castarnado.

Dois meses antes de morrer, Joplin decidiu dar um dos passos mais importantes de sua vida: visitar Port Arthur, a cidade que a havia ferido. Aquela menina gorducha, o ser estranho repudiado, havia se transformado em uma estrela que transmitia uma sexualidade poderosa. Ela precisava visitar aquele lugar opressor que havia condicionado sua vida. Não era uma vingança: desejava olhar nos olhos de seus assediadores para ver se mostravam certo arrependimento. Não o encontrou. “Procurava uma reparação final por parte de sua cidade natal. Precisava do reconhecimento dos que a haviam desprezado há uma década”, diz sua biógrafa. Mas seus ex-amigos e até seus pais a ignoraram. Jogaram em sua cara que em alguma entrevista afirmou que seus vizinhos a machucaram. “Eu só queria que eles me amassem”, implorou. Não ajudou o fato de Joplin ir a Port Arthur com seu grupo de hippies beberrões. A mãe chegou a lhe dizer: “Você está me envergonhando”. Antes de Joplin partir, desolada, os pais haviam saído da cidade, “para um casamento”.

Janis morreu sozinha em um quarto de hotel de Los Angeles. Uma overdose de heroína a levou justamente quando iria lançar seu disco mais ambicioso, Pearl. Não chegou a vê-lo nas lojas. Foi seu álbum mais vendido. Somente 16 dias antes havia falecido Jimi Hendrix. Os dois tinham 27 anos.

EX- VOLANTE DO VASCO

 Por: Dr. Julio - 05/10/2020 - 12:44

Ex-jogador do Vasco, Rafael Coutinho, de 36 anos, morreu neste domingo, após sofrer um infarto em Armação dos Búzios, na Região dos Lagos do Rio, quando almoçava com a esposa.

 O ex-volante chegou a ser socorrido e levado para o Hospital Municipal Dr Rodolpho Perisse, mas não resistiu.

O ex-jogador trabalhava com o empresário Eduardo Uram, que lamentou a morte.

- Estou arrasado. Perdemos um companheiro, um amigo, ele estava comigo a vida inteira como jogador e assistente. Um ser humano maravilhoso, correto e leal. Extremamente dedicado, honesto, bom marido, bom pai de família. Se alguém vai direto para o céu, é ele, sem escala. Uma perda irreparável - disse Uram.

Natural de Macaé, Coutinho foi revelado pelo Vasco e estreou no profissional em 2003. Tornou-se titular absoluto no ano seguinte e chegou a fazer gol no primeiro jogo da final do Carioca de 2004, quando o time perdeu para o Flamengo por 2 a 1. Na segunda partida da decisão, porém, acabou expulso.

Deixou o Vasco no meio de 2005 e passou uma temporada em Portugal, emprestado ao Estrela da Amadora. Voltou a São Januário em julho de 2006, mas não se firmou mais entre os titulares e no ano seguinte saiu do clube em definitivo.

No currículo, Coutinho também tinha passagens por Botafogo, Figueirense, Fortaleza, Portuguesa, Tombense e por último ASA, clube pelo qual se aposentou em 2018. Desde então, vinha trabalhando com Eduardo Uram.