segunda-feira, 6 de maio de 2024

E lá se foi César Luis Menotti, o técnico argentino

 Por: Dr. Julio - 06/05/2024


Como diretor de seleções da AFA, César Luis Menotti foi
importante para a confirmação de Lionel Scaloni (esq.) como técnico principal
da Argentina, campeã do mundo na Copa do Catar em 2022 (Foto: AFA)

Quem teve o privilégio de conviver ou trabalhar
com ele diz que era um grande ser humano. Como jogador, os mais velhos dizem
que foi um ótimo atacante. Como treinador, eu era muito novo, começava minha
vida de repórter, mas o tinha na conta como um dos melhores do mundo naqueles
fins dos anos 1970, início dos anos 1980. Foi o técnico da Argentina no
primeiro título mundial deles, em 1978. Em 1983 deixou a seleção e foi comandar
o Barcelona, onde ficou apenas um ano.

Em 1984 o então presidente do Atlético, Elias Kalil tentou contratá-lo. Na
época boa parte da imprensa mineira e nacional dizia que se tratava de mais um
“arroubo megalomaníaco” do Kalil, pois nenhum clube brasileiro teria dinheiro
para trazer um dos treinadores mais cobiçados do mundo.

Eu era repórter setorista do Atlético e todos os dias passava na sede do Galo,
Av. Olegário Maciel 1.516, antes de ir cobrir o treino na Vila Olímpica. Sempre
havia um diretor na sede, sempre aberto a bater papo com a imprensa, sem
necessidade de marcação prévia e essas frescuras da atualidade. O próprio
presidente Elias Kalil (pai do Alexandre) adorava bater papo conosco. Chegava
lá pontualmente às 14 horas. Raramente ia embora antes das 20.

Ele estava montando um grande time, visando o
título brasileiro de 1984. Menotti tinha acabado de sair do Barcelona, de
Maradona, e se tornou o sonho do Kalil para comandar o Atlético. Incomodado com
a imprensa que zombava da sua tentativa de contratá-lo, me passou o telefone da
casa do Menotti em Buenos Aires.

As negociações estavam adiantadas e a expetativa era positiva.
Liguei. Do outro lado, a voz inconfundível do próprio treinador:
__ Habla Menotti!
Não acreditei. Mas era o próprio, super gentil.
Em quase cinco minutos de conversa, disse que ficou feliz com o interesse do
Atlético e com a possibilidade de voltar a trabalhar no Brasil, agora como
técnico de futebol. Tinha jogado no Santos.

Falou também que financeiramente não haveria
problema, pois a proposta do Galo era "altamente" interessante.
Entretanto, tinha problemas a resolver na Argentina e que estava pensando em
“dar um tempo” na carreira e ficar um tempo sem trabalhar. Daria a resposta ao
Atlético dentro de três dias, depois de decidir com a família.
Três dias depois ligou para Elias Kalil agradecendo o convite, mas que passaria
um “período sabático”. E assim foi feito.

O Galo contratou Rubens Minelli, que era o técnico mais badalado do Brasil,
tri-campeão brasileiro, com o São Paulo e Internacional.
César Luiz Menotti só voltou a trabalhar dois anos depois, no Boca Juniors.


A CONMEBOL lamentou em suas redes: “La CONMEBOL lamenta el fallecimiento de César Luis Menotti, leyenda del fútbol y campeón del mundo como entrenador .

GALO DE MILITO E ATHLETICO DE CUCA

 POR: DR. JULIO - 06/05/2024


São apenas cinco rodadas dessa maratona formidável que é o campeonato, mas os quatro primeiros colocados estão fazendo por merecer o topo da tabela e jogando futebol bonito. Principalmente o Galo e o xará paranaense, comandado pelo Cuca, que lidera com 10 pontos, mesma pontuação do Bahia, seguidos por Botafogo e Atlético com nove. O Bragantino, quinto colocado, também tem nove.

Está dando gosto ver o Atlético jogar, com as estratégias e escalações imprevisíveis do Gabriel Milito. Ele surpreende os atleticanos e principalmente os adversários, o que é o mais importante. O time do Cuca também está jogando um belo futebol, em alta velocidade.

Contra o Fluminense, não fosse a tarde infeliz do Everson o Galo teria saído de Cariacica com três pontos, mas valeu a experiência de ver o time reagindo muito bem com o placar adverso. Perdia de dois a zero, empatou e quase venceu. Se vinha mostrando cansaço no segundo tempo, dessa vez, foi bem superior ao Flu, fisicamente, no segundo tempo.

Uma frase do técnico Milito depois da partida mostra bem o que é este novo Atlético, pós-Felipão: “No vestiário, mesmo após o 2 a 2, havia jogadores com cara ruim, de bronca por não terem ganhado. Eu gosto disso. Eu não celebro o empate. O empate é perder dois pontos. Eu celebro o comportamento da equipe. Se mantivermos esse comportamento, teremos futuro.”

O Guilherme Frossard fez boas observações sobre o aproveitamento de mais um jogador da base e das falhas do Everson: @canaldofrossard “1) Rômulo começou bem, mas lembremos: é garoto. Pode errar. Merece cuidado. É tratado como jóia no Galo há muitos anos. Não podemos queimar! 2) sem criar crise à toa. Everson falhou? Sim. Empatamos, estamos invictos com Milito e esse time vai crescer. Terça tem Libertadores!”

E gostei demais do relato do Pedro Vitor, comentarista/colaborador tradicional aqui do blog:
“… minha esposa, para minha surpresa, novamente, marcou de vermos o jogo do Atlético, na casa de cruzeirense. Logo já pensei: “hoje vou passar vergonha na casa dos outros “!
Jogo começa, Everson, sai mal do gol, 1 a 0, Fluminense, Atlético tentando retomar o ritmo do jogo, e mais uma falha de Everson, 2 a 0, Fluminense.

Eu não sabia onde punha a cara de vergonha.
Aí o Milito me coloca o Vargas. Gente, futebol é fase, Hulk, tem 7 jogos que não faz gol, joga e é útil, mas não tem feito os gols, e o Vargas, está no momento dele, 2 gols, empatou e poderia ter virado.