terça-feira, 22 de novembro de 2022

E A ARGENTINA!?

Por: Dr. Julio - 22/11/2022 - 15:48 

A estação Lusail, do Metrô, fica a 300 metros das entradas do estádio. Torcedores de incontáveis nacionalidades chegam aos montes, descendo pelas escadas rolantes, passando pelas esteiras móveis, cantando e se divertindo. Cadeirantes, muitos, tratados com todo o respeito e com acessos fáceis, rápidos, além de ter muita gente para dar algum apoio, caso necessário. Dentro deste e qualquer estádio da Copa, excelentes posições são reservadas para que todos possam assistir confortavelmente, com um visual privilegiado.

A bola rolou, Messi, de pênalti, aos oito minutos, abriu o placar. Todos na tribuna de imprensa começamos a “confirmar” o que se “previa”: vai ser uma goleada ao estilo Inglaterra 6 x 2 Iran.

Muita gente riu quando o técnico da Arábia Saudita, o francês Hervé Renard, disse ao chegar aqui: “Não viemos aqui apenas para participar”. E parece que ele e seu grupo farão história. Time muito aplicado, determinado e consciente do que fazer em campo. Se utilizou muito bem da linha de impedimento e escapou de três gols argentinos, cujos autores foram flagrados após empurrarem a bola para dentro.

No início do segundo tempo, aos três minutos, Saleh Al  Shehri, empatou para os sauditas, surpreendendo Messi e cia.

O time argentino passou a se comportar como s tivesse tomado uma pancada na cabeça. Aos sete, nova pancada, com gol da virada marcado por Salem Al- Dawsari.

Na tribuna de imprensa, todo mundo se olhando e buscando respostas. Várias encontradas: competência do técnico francês, de 54 anos de idade, ex-zagueiro do Cannes, que trabalhou apenas em dois clubes na Franca, quando se aposentou, em 1998. Foi rodar por clubes e seleções da África, trabalhando como técnico das seleções de Zâmbia, Angola, Costa do Marfim e Marrocos, com quem disputou a Copa da Rússia em 2018. Foi eliminado na primeira fase, porém, seu trabalho chamou a atenção dos sauditas, que o contrataram para ficar até 2027.

Outros motivos dessa virada: a determinação dos jogadores sauditas. Primeira Copa disputada no Oriente Médio, terceira maior torcida a comprar ingressos para a Copa do Catar (atrás somente dos catares e dos norte-americanos), questão de orgulho próprio, de fazer história.

E ganhou de uma argentina que estava invicta há 37 jogos!

Viva o futebol!


A Copa começou bem, com muitos gols, futebol razoável e protestos


Tudo funcionando muito bem até agora, dentro do que estava previsto pelo país anfitrião, que não abriu mão de suas tradições, como bebida alcóolica, por exemplo. Não relaxou, como queriam os patrocinadores e a FIFA. Fazer o quê? O que é combinando não sai caro.

Caro mesmo é pra quem está aqui ou que está vindo. Nos restaurantes, no comércio, nos centros de imprensa, nada é barato para brasileiro. Qualquer coisa em “rial” (o dinheiro deles), a gente multiplica por 1.5. Aí você faz conta de um pacotinho de batata chips, que custa 10 deles. Sai a R$ 15 ou treco que no Brasil não passa de R$ 3,00.

Equivoca-se que diz que política e futebol não se misturam. Aqui, por exemplo, jogadores da Inglaterra e do Iran foram corajosos e fizeram seus protestos, em grupo, antes de a bola rolar nos 6 x 2 dos ingleses. Os do Iran não cantaram o hino do país, em solidariedade às vítimas da violenta repressão que está ocorrendo no país, pela morte

da jovem sob custódia da polícia do costumes e moralidade iraniana. Corajosos demais estes jogadores, que certamente sofrerão pesadas retaliações (e possivelmente suas famílias), quando retornarem ao Iran.

Os jogadores ingleses se ajoelharam no gramado, em protesto contra a violação de direitos humanos no Catar, tema delicado aqui e reprimido de forma dura pelo governo. Outras seleções prometem protestar no decorrer da Copa e este assunto vai continuar rendendo.

 Jogadores do Equador chegaram a ser substituídos com distensões musculares e sinais de exaustão. E tanto Qatar quanto Equador são países bem quentes. Acredito que ao menos parte da fraqueza técnica da partida se deva ao calor. Se isto for confirmado, podem haver problemas com os jogadores dos países menos acostumados ao calor. Vamos aguardar.”

Um professor da Universidade do Catar colocou em prática um projeto no qual trabalhou por 13 anos e foi aperfeiçoado para entrar em ação na Copa. Estádios climatizados, no gramado e cadeiras. Recomendo três sites com entrevistas e muitos detalhes.

 O Catar se preparou, não economizou para fazer tudo o que tinha que ser feito e o objetivo deles é passar uma boa imagem para o mundo. Certamente vão conseguir, assim como a África do Sul passou em 2010, o Brasil em 2014 e a Rússia em 2018. Pena que o senhor Vladmir Putin, quatro anos depois, aprontou o que está aprontando com a Ucrânia e com o mundo. Jogou toda a bela imagem construída da Rússia fora.

Teve o legítimo cavalo árabe na abertura também!

Vamos ver para quem a taça vai no final

Nenhum comentário:

Postar um comentário