sexta-feira, 27 de março de 2020

CORONAVIRUS NO FUTEBOL

Por: Dr. Julio - 27/03/2020 - 15:33
Foto:veja.abril/Giuseppe Maffia/Getty Images
Lamentável que o futebol esteja parado no mundo todo, nossos campeonatos com futuro incerto e até os Jogos Olímpicos de Tóquio cancelados. Mas a situação é séria e as medidas foram e são necessárias. Giorgio Gori, prefeito de Bérgamo, que fica a 52 Km de Milão, concedeu entrevista e deu exemplo de como o coronavirus se multiplica. Ao mesmo tempo em que explica porque a Itália tem sido o país mais afetado, com quase sete mil mortos, tendo Milão e Bergamo como os olhos deste furacão. Para ele o jogo entre Atalanta e Valencia pela Liga dos Campeões, dia 19 de fevereiro, no estádio San Siro em Milão, foi uma “bomba biológica”, que espalhou o vírus para a cidade, para a itália e para a Espanha, já que os milhares de torcedores do Valência retornaram para casa infectados. Da Itália, cuja economia é baseada no turismo, para dezenas de países do mundo, Brasil incluído. Milão tem um dos aeroportos internacionais mais movimentados da Europa.
Mais ou menos 40 mil torcedores pegaram estrada de Bergamo para Milão. Retornaram felizes com a goleada de 4 a 1 sobre o Valência, neste jogo que era o de ida, pela Liga dos Campeões. Porém, como disse o prefeito Giorgio Gori, “O jogo foi uma bomba biológica. Naquela época, não sabíamos o que estava acontecendo. O primeiro paciente na Itália surgiu em 23 de fevereiro. Se o vírus já estava em circulação, os 40 mil torcedores que foram ao San Siro foram infectados. Ninguém sabia que o vírus estava circulando entre nós”.
A aglomeração do estádio San Siro se estendeu por bares, restaurantes e outros lugares de Milão, já que foi uma goleada histórica e as festas de comemoração rolaram soltas. Dias depois o Valencia informava que quase todos os seus jogadores e comissão técnica também estavam infectados. E o jogo de volta foi de portões fechados, como medida preventiva. Mas aí já era tarde. Além de perder novamente, 4 a 3, o Valência virou referência de  como o coronavirus entrou de forma tão violenta na Espanha, que até o momento em que eu escrevia esta coluna, contava 4.089 mortos.
Enquanto eu escrevia, eram quase 8 mil mortos na Itália em decorrência da pandemia. A Lombardia, região onde se encontram Bérgamo/Milão, é recordista, com mais de 500 mortes. As funerárias não estão dando conta dos funerais. De acordo com o prefeito Giorgio Gori, o grande “estopim” para explodir o contágio em Bérgamo foi o Hospital Alzano Lombardo, já que no início, ninguém sabia o que estava acontecendo: “O jogo foi um fator, mas o hospital é a explicação mais plausível. Não sabemos exatamente quando, mas um dia um paciente apareceu com pneumonia, e os sintomas não foram reconhecidos. O paciente estava junto com outros pacientes, que se infectaram, assim como médicos e enfermeiros – afirmou o prefeito. Nossa defesa foi construída enquanto a epidemia crescia. Nós subestimamos os riscos. Sabendo o que aconteceu na China, toda a Europa deveria ter se preparado melhor. Ao mesmo temo, estamos vendo governantes que não estão agindo rápido o suficiente.”
Pois é! Agora que todos sabemos o que é o problema, e como evitar ser contaminados, cuidemo-nos.

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