sexta-feira, 24 de abril de 2020

EX- DIRIGENTE DO CRUZEIRO ACREDITAVA EM BRUXARIAS

Por: Dr. Julio - 24/04/2020 - 14:04
Colegas mais velhos da imprensa, ex-jogadores e ex-dirigentes  contam que o maior presidente do Cruzeiro, Felício Brandi, além de conhecedor de futebol, acreditava em bruxarias e não raramente contratava “pais de santo” para ajudar o time a vencer. Mas, com os jogadores que tinha (Raul, Piazza, Zé Carlos, Natal, Tostão, Dirceu Lopes, Nelinho, Joãozinho, Palhinha, para citar “apenas” alguns), até eu seria um exímio “pai de santo”.
Porém, quando se tem um grupo comum de jogadores, e se recorre ao sobrenatural, danou. Está na mídia nacional mais uma dessas que a maioria das pessoas imaginava que pertencesse só às histórias do folclore do futebol brasileiro: dirigente de clube recorrendo a “pai de santo” para conseguir resultado. Se fosse sobre uma possível armação com arbitragens, até daria para pensar na possibilidade, mas “pai de santo”!!!
Pois é! Um desses “babalorixás” pôs a boca no mundo reclamando que o Zezé Perrella lhe pagaria R$ 10 mil para segurar o Cruzeiro na Série A, mas que só pagou seis e que ficou faltando a parcela final. Só faltou dizer que não segurou o time porque o dinheiro restante não chegou a tempo.
Pior é que deve ter muito torcedor por aí, de todos os times, acreditando que se tivesse sido feito o pagamento integral a queda não ocorria.
Notícia do Uol:
* “Cruzeiro contratou pai de santo para evitar queda, mas não pagou R$ 4 mil “
O Cruzeiro contratou Reginaldo Muller Pádua, um babalorixá (conhecido popularmente como pai de santo), com endereços em Guarapari (ES) e Itabira (MG), para ajudar na luta contra o rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro em 2019. Pelos serviços, foram cobrados R$ 10 mil, mas o clube pagou apenas R$ 6 mil ao homem de 58 anos em três parcelas, entre 16 de outubro e 28 de novembro. O restante da quantia (R$ 4 mil) ainda não foi pago ao responsável pelo trabalho.
O UOL Esporte teve acesso aos documentos que comprovam o pagamento do montante a Pádua. A primeira transferência, no valor de R$ 2,5 mil, ocorreu às 15h36 (de Brasília) do dia 16 de outubro de 2019, por meio de contas da Caixa Econômica Federal. O processo foi repetido às 14h26 de 13 de novembro, mas a transferência bancária foi de R$ 3 mil. O clube ainda pagou outros R$ 500 em 28 de novembro, em operação realizada às 11h56.
Os pagamentos ao pai de santo foram autorizados por Benecy Queiroz, chefe do departamento técnico do clube. O documento obtido pelo UOL Esporte é datado em 16 de outubro de 2019, assinado pelo dirigente e endereçado a uma integrante do departamento financeiro.
“Conforme nossos entendimentos e considerando os serviços prestados pelo Sr. REGINALDO MULLER PÁDUA ao Cruzeiro Esporte Clube em Brasília, solicitamos a fineza, de que seja pago ao mesmo, a importância de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais).”
O dirigente confirma o fato ao UOL Esporte: “É um serviço religioso realmente que foi prestado na época do Zezé Perrella, entendeu? Foi o Zezé quem solicitou”. Benecy, no entanto, não sabe dizer se houve o pagamento integral da dívida com o babalorixá. “Foi mandado para pagar. Isso [se foi pago], eu não sei. Foi para o financeiro. Tem que ver com o financeiro, se pagou. Eu realmente não sei se pagou ou não”. Também procurado pela reportagem, Reginaldo Muller Pádua falou sobre o tema: “Ficou entre eu e ele [Zezé Perrella], como isso chegou até você, não sei. Realmente, eles não mandaram para mim os R$ 4 mil, mandaram só R$ 6 mil. Quem vai poder falar direitinho é o [Zezé] Perrella”.
“O senhor Wagner [Pires de Sá, então presidente da Raposa] não tem nada a ver com isso, ele nunca conversou comigo. Ele estava até afastado por causa de saúde parece, não sei o que era. Nunca consegui falar com ele, ele nunca falou comigo. As únicas pessoas que conversei foram Valdir Barbosa e o Zezé [Perrella]. Eu até tentei ligar para ele em dois números que tenho e não consegui”, concluiu.
Zezé Perrella, por sua vez, nega que tenha envolvimento com o assunto. Procurado, o ex-presidente do clube diz por meio de mensagem telefônica: “Desconheço”. Ele ainda pede para que seja procurado o então mandatário cruzeirense, Wagner Pires de Sá.
Abordado pela reportagem, Pires de Sá alega que o clube nem sequer pagou o valor durante a sua gestão: “Não sei se alguém foi lá e contratou. O Cruzeiro não, o clube não. Tem gente que aprova, o Perrella, inclusive, gosta muito. O Cruzeiro não contratou. Não tem nada contratado. É o que chamam de fake news”, comentou.

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