terça-feira, 19 de maio de 2020

O MELHOR GOLEIRO DO GALO

Por: Dr. Julio - 19/05/2020 - 13:34
O uruguaio Mazurkievisk, num Atlético x Corinthians em 1972, no Mineirão, com o lateral Cláudio Mineiro, Lance (atacante do Corinthians) e o zagueiro Grapete.
Mário Marra é um dos melhores comentaristas do Brasil. É sempre muito bom ler, ver e ouvir o que ele diz. No “Dia do Goleiro”, 26 de abril, o Marra falou sobre Victor, a quem considera o maior goleiro da história do Atlético. Tenho dificuldade em afirmar com tanta certeza o melhor isso ou aquilo da história em qualquer atividade. Cada época é de um jeito, as condições são diferentes e muitas vezes a regras também.
Sou fã do Victor, sem dúvida o maior ganhador da história alvinegra, mas tive o privilégio de cobrir o Galo quando jogavam, por exemplo o Taffarel, fantástico, numa das fotos abaixo, com o Pagliuca, na final da Copa de 1994.
João Leite e …
Carlos.
E, criança, me tornei atleticano vibrando com defesas espetaculares do Renato, campeão brasileiro, …
cujo reserva era o Careca, que começou no nosso Democrata de Sete Lagoas, …
que eu vi defendendo uma bomba do Nelinho, com a cabeça em 1975.
E, o melhor goleiro do mundo de 1970, Ladislao Mazurkievski, …
aquele que tomou o drible antológico do Pelé na Copa do México, mas a bola não entrou.
Único autógrafo que pedi na vida, e dado com uma gentileza absurda. Guardo até hoje com o carinho e a emoção de quem tem 11 anos de idade. Jogou pouco tempo no Atlético, mas o suficiente para inserir o Galo no “mapa-mundi” do futebol. Quando ouvi a notícia da morte dele, aos 67 anos, em 2 de janeiro de 2013, fiquei triste como se fosse alguém muito próximo.
O também grande craque (das letras) xico sá, lembrou dele no dia 26, no twitter: @xicosa “Outro gigante da maldita profissão: Ladislao Mazurkievski #DiaDoGoleiro
E ainda contou uma que eu não sabia: @xicosa “Camus, Albert. O autor de “A Peste” foi goleiro do Racing Universitaire, da Argélia, nos anos 1930 #DiaDoGoleiro”.

O Atlético em 1972 com Mazurkiewicz, Raul Fernandes, Oldair, Vanderlei Paiva, Vantuir e Cláudio; Guerino Neto, Spencer, Dario, Lola e Romeu.

Vamos às razões do Mário Marra sobre o “São Victor”, a quem também rendo as minhas homenagens:
* “Victor é o maior goleiro da história do Atlético”
É natural que o passar do tempo acabe encobrindo o tamanho de alguém como Victor no Atlético. É natural e também é cruel.
Victor chegou ao Galo em um momento de instabilidade na posição. O torcedor que não conhece ou não tem o hábito de exercitar a memória vai perceber que a posição de goleiro no clube não era conquistada já há um bom tempo.
Após as saídas de Bruno e Diego Alves, que naquele momento ainda eram promessas, Aranha, Renan Ribeiro, Edson, Carini, Fábio Costa, Lee e Giovanni não chegaram a encantar e nunca assumiram de fato a camisa 1. Até que…
A chegada de Victor, já consagrado no Grêmio, coincidiu com a volta da competitividade. O Galo atacava e sabia que tinha um goleiro confiável lá atrás.
Logo no primeiro ano, Victor já terminou o Brasileiro com a segunda colocação e nem é preciso exigir muito da memória para elencar os vários milagres que, na minha opinião, o principal jogador do Atlético fez na conquista da Libertadores.
E as conquistas continuaram. Victor mantinha regularidade e acabou fazendo parte da seleção brasileira na Copa do Mundo de 2014.
O tempo passou e o inquestionável passou a ser questionado. É bem verdade que Victor falhou algumas vezes, mas talvez seja necessário observar que o time também piorou. Se antes ele operava alguns milagres e o ataque resolvia, os ataques perderam poder de fogo e o goleiro ficava ainda mais exposto e vulnerável.
A atual temporada talvez seja a temporada mais diferente para São Victor do Horto no Galo. Jorge Sampaoli tem claro em sua forma de pensar a preferência por um melhor início das jogadas e Rafael parece ter sido contratado para ser titular.
Até mesmo durante o tempo de Dudamel e antes da chegada de Rafael, Victor esteve no banco de reservas. Talvez 2020 seja o ano de Victor ser levado a dar a volta por cima e de se reinventar na função.
Ainda assim, o torcedor atleticano não pode se permitir esquecer o que o goleiro, que já está perto de completar uma década à frente do clube, fez. Ele ocupou um espaço vazio há muitos anos. Com autoridade, Victor fez a sua posição deixar de ser um problema e passou a ser um orgulho. Não foram poucas as crianças que nasceram carregando o seu nome e não serão poucas as que ainda vão nascer.
A grandeza do goleiro atleticano foi novamente revelada ontem em mais uma live promovida pela clube. Victor fez questão de deixar claro que se sente responsável por acolher os novos companheiros de clube.
Está chegando a hora de entender que Victor não é só um goleiro para o Clube Atlético Mineiro, Victor é o grande ídolo de uma geração de atleticanos e o maior goleiro da história do Galo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário