quinta-feira, 26 de novembro de 2020

MARADONA AOS 16 ANOS DE IDADE, FOI OFERECIDO AO CRUZEIRO

 Por: Dr. Julio - 26 de Novembro de 2020 - 12:33

Maradona no início da carreira no Argentinos Juniores em 1976

Foi ao repórter Josias Pereira, do Jornal O Tempo. O então presidente Felício Brandi, que tinha “olho clínico” para enxergar futuros craques, teria agradecido a oferta para que Maradona fizesse teste no Cruzeiro durante uma excursão do time pela América do Sul. Uma história que eu nunca tinha ouvido falar. 

* “Maradona no Cruzeiro quase aconteceu; veja motivos que impediram ‘final feliz’ – Benecy Queiroz, administrador da Toca II, recorda o dia que acompanhou o ainda garoto Diego ao lado do técnico Ilton Chaves”

“Lembro que em uma dessas oportunidades, nos foi oferecido o Maradona e fomos acompanhar uma partida dele. Estava eu, o massagista Guido e o Ilton Chaves. Me recordo que ventava muito no dia e o campo sequer possuía grama totalmente. Mas nada disso impediu aquele garoto de mostrar seu potencial. Todos que estavam ali e o viram foram unânimes. Não vou dizer que ele era um gênio, mas já dava sinais de que seria um jogador fora da curva”, acrescentou o administrador celeste.

O título da Libertadores de 1976 deixou o Cruzeiro em evidência no cenário do futebol sul-americano e internacional. Com um esquadrão de craques imortalizados na história celeste, como Piazza, Joãozinho, Zé Carlos e Dirceu Lopes, o clube estrelado sempre recebia convites para excursões nos países vizinhos, atraindo também a atenção de jovens jogadores, sedentos por oportunidades. Um desses nomes foi Diego Maradona.

O maior jogador da história do futebol argentino esteve na mira dos observadores do Cruzeiro quando ainda possuía por volta de 16 anos de idade e começava a mostrar toda sua qualidade no Argentinos Juniors. Benecy Queiroz, hoje administrador da Toca da Raposa II, contou ao Super.FC sobre o dia que esteve ao lado do ex-técnico Ilton Chaves e do massagista Guido para acompanhar uma partida do garoto Diego Maradona.

“O mês de agosto era sempre destinado a excursões, com os clubes do futebol brasileiro recebendo convites para viagens. O Cruzeiro teve muitas partidas assim naquele período. Éramos sempre convidados. Esse contato acontecia por meio do empresário Jorge Gutman, que agendava nossas partidas”, recorda Benecy.

Lance do destino

Caberia então ao presidente Felício Brandi a decisão de contar ou não com Maradona na sequência da excursão do Cruzeiro. Mas o dirigente celeste, em um daqueles momentos que definem todo um destino, optou por não contar com o garoto.

“Eu creio que naquela época o Cruzeiro tinha tantos bons jogadores que talvez o Maradona não conseguiria ter grandes oportunidades de mostrar o futebol na excursão. São coisas que acontecem no futebol. Quantas vezes alguns atletas levaram não?”, indaga Benecy.

“Eu, sinceramente, não vejo isso como uma perda pelo Cruzeiro. Na verdade, eu digo que isso era o que tinha que ter acontecido. E para nós, que estivemos lá e o vimos, é um momento marcante, saber que presenciamos o nascimento de um dos maiores nomes da história do futebol mundial. Isso é de um privilégio enorme. Quantos não tiveram a chance de ver isso? Foi uma oportunidade que se mostrou para o Cruzeiro e naquele momento não era favorável. Mas houve contato sim”, reforça o administrador da Toca II.

Uma perda irreparável

Benecy lamentou o falecimento de Maradona, que nos deixou nesta quarta-feira, aos 60 anos, após sofrer uma parada cardiorrespiratória.

“O futebol mundial perde uma referência para todos os jovens que querem ingressar nessa carreira brilhante do futebol. Ele foi um exemplo como jogador de futebol. Fora do campo, ele se enveredou por alguns caminhos não tão felizes. Mas dentro das quatro linhas, ninguém pode questionar seu talento e genialidade”, encerrou Benecy Queiroz.

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