terça-feira, 1 de agosto de 2017

FUTEBOL FEMININO NA INGLATERRA IGUALA SALÁRIOS DE HOMENS E MULHERES

Por: Dr. Julio - 01 de Agosto de 2017 - 12:31
CLUBEINGLES
Entendo que no Brasil o futebol feminino precisa ser incentivado de forma decisiva nas escolas. Assim terá chance de progredir de forma sustentável. A ideia da CBF de querer obrigar os clubes a disputarem campeonatos da modalidade é uma interferência indevida na gestão deles, que caso sejam levados a isso, vão criar fórmulas para apenas maquiar o problema.
O Lewes, um clube da prateleira de baixo da Inglaterra, está inovando, em função de ações de marketing. Vai igualar os salários do time feminino, que disputa a terceira divisão, com o masculino, que está na equivalente à oitava divisão inglesa.
Reportagem do Uol, que vale para levantar essa discussão, em torno da viabilidade do profissionalismo do futebol feminino no Brasil:

*“Clube inglês vai pagar o mesmo salário para times masculino e feminino”
Alex Sabino
Em dezembro de 1921, a Federação Inglesa proibiu o futebol feminino. Segundo a entidade, o esporte “não era adequado e não deveria ser incentivado”. Dias antes, jogo no estádio de Goodison Park, em Liverpool havia atraído 53 mil pessoas. Outras 14 mil compareceram, mas não conseguiram entrar.
Noventa e seis anos depois, o Lewes FC tomou a decisão de igualar os salários das equipes masculina e feminina. É o primeiro clube do futebol europeu a fazer isso.

“Já tivemos momento em que o futebol feminino foi bem sucedido no Reino Unido. Por causa da proibição da federação, praticamente desapareceu. Temos de ajudar no que for possível”, diz à Folha o administrador do clube, Stuart Fuller.
Não será uma fortuna. O Lewes é semiprofissional. O seu estádio, The Dripping Pan (A Panela Gotejando, em inglês), pode receber três mil pessoas. A decisão de distribuir o dinheiro de maneira igual, sem distinguir gênero, deu ao clube uma fama que nunca havia recebido em 132 anos de existência.
O objetivo é gerar discussão. Tal qual no Brasil, a diferença entre o que os homens e as mulheres recebem é colossal no Reino Unido.
“Nós adoraríamos se começasse um debate sobre esse assunto. Tomamos iniciativas para que as pessoas saibam a necessidade de melhorar as condições das equipes femininas”, completa Fuller.
O time feminino do Lewes tem mais sucesso do que o masculino. Elas estão na terceira divisão nacional. Eles, no equivalente à oitava.
A reação do público, no entanto, não tem correlação com os resultados. Os jogos do time masculino costumam atrair mais torcedores. Esse é outro aspecto que os dirigentes gostariam de mudar. Um dos clubes mais populares da sua liga, o Lewes chega a atrair mil pagantes em jogos masculinos. “No feminino, em média, temos 400 pessoas”, diz Fuller.
A ideia de igualar os pagamentos deve atrair mais patrocínios e dinheiro a ser dividido entre os elencos. Na temporada passada, o clube arrecadou 80 mil libras (R$ 326 mil). Ainda não há uma previsão para a próxima.
Além dos salários, os recursos disponíveis para as comissões técnicas dos dois elencos serão os mesmos.

A ideia do Lewes nasceu a partir de campanha batizada de Igualdade FC, que defende modelo sustentável de arrecadar fundos para as equipes britânicas masculinas e femininas em bases iguais.
“Esperamos que isso seja uma fagulha que vai acabar com as desculpas para explicar uma disparidade tão grande nos salários”, afirma Jacquie Agnew, diretora do clube que não tem um proprietário e pertence aos sócios da comunidade de Sussex, no nordeste da Inglaterra.
É um longo caminho, já que o maior salário do futebol inglês, do francês Paul Pogba, do Manchester United, é de 290 mil libras por semana (R$ 1,2 milhão).
Com sete dias de trabalho, ele conseguiria sustentar um clube como o Lewes FC por mais de três anos.
Mas o time semiprofissional considera que alguém deveria dar o primeiro passo.
“Homens e mulheres devem ter a mesma chance para obterem o mesmo sucesso”, diz Darren Freeman, técnico do time masculino.

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