sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Vem aí: descrédito completo, desmotivação geral, baixa qualidade técnica e estádios vazios

Por: Dr. Julio - 08/01/2016 às 11:50e 2016 às 13:25
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O futebol brasileiro passa por uma profunda transformação cujos resultados já começaram a ser sentidos no Brasileiro de 2015 e que tendem a se acentuar e se agravar este ano. Transformação para pior, diga-se, em função do desequilíbrio financeiro em favor de apenas dois clubes, por interesses comerciais, que nestes primeiros momentos serão satisfatórios à principal empresa interessada, mas que na sequência representarão o caos. Descrédito completo, desmotivação geral, baixa qualidade técnica e estádios vazios é o que o futuro reserva ao nosso futebol. E quando a maioria dos consumidores começar a cancelar ou não renovar os seus pacotes de pay-per-view, aí sim a maior empresa interessada, e responsável por este caos, acordará e tentará alguma coisa para mudar o quadro. Certamente posará de heroína, com os seus fortíssimos departamentos de marketing e jornalismo, promovendo debates, seminários e reuniões, para encontrar “soluções para salvar” o futebol brasileiro. Não sem antes inventar um ou mais bodes expiatórios para jogar a culpa, que é toda dela e seus parceiros infiltrados nos clubes, nas federações e CBF. A sonhada Primeira Liga dá mostras inequívocas que já foi amansada e fala a mesma língua do anteontem futebol clube, do Marco Polo Del Nero e chegados, que reassumiram a presidência da CBF.
Vejo muita gente comemorando o “desmanche” do Corinthians, campeão brasileiro de 2015, na ilusão de que o clube paulista está saindo do páreo dos grandes títulos deste ano. Mas quem pensa assim se esquece que nos primeiros meses de 2014 foi a mesma coisa. É só pegar os noticiários da época e verificar que também houve “desmanche” naquela época. Só que o “Timão” foi às compras, mesmo atrasando salários e pagamentos a fornecedores. Sabia que teria este ano, no mínimo, R$ 100 milhões a mais que os concorrentes, e já gastou por conta. Quem tem muito dinheiro garantindo a receber, tem crédito na mesma proporção. E este dinheiro dos direitos de transmissão pago pela Globo é sagrado, carimbado, sem chance de furar. O Flamengo esboçou fazer a mesma coisa, contratando o peruano Guerrero, mas segurou a onda, já que está pagando contas que, estrategicamente, lhe proporcionarão mais arrecadações em breve. Mas no fim de 2015 já começou a gastar pra valer, contratando Muricy Ramalho, que certamente terá os jogadores que quiser para montar um ótimo time em 2016.
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Os dois, privilegiados pela Globo, estão com a faca e o queijo nas mãos para repetir o que Barcelona e Real Madri fazem na Espanha, em um campeonato que está perdendo fôlego em termos de motivação, já que todo ano começa com a chata e desanimadora discussão: quem será o terceiro colocado nesta temporada?
Alexandre Kalil dizia que essa “espanholização” no Brasil não aconteceria porque a incompetência dessa dupla para contratar era maior que o dinheiro que eles arrecadavam a mais que os co-irmãos. Porém, a diferença ficou grande demais, e por mais que errem nas contratações, terão dinheiro e parceiros para contratar de novo, até dar certo.
Na outra ponta do problema, os clubes menores, do interior principalmente, que eram grandes fontes de potenciais craques, vão se enfraquecendo ou morrendo, em políticas equivocadas. O Villa Nova, por exemplo, está se enchendo de veteranos e ex-jogadores em atividade, subjugado por estratégias de empresários que mantém o clube respirando. É isso ou nada feito! Não revela mais ninguém e acumula mais dívidas a cada ano.
E vamos que vamos!

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